quinta-feira, 28 de novembro de 2019

Lista I: Filmes



Taí a primeira lista: os filmes. Como boa virginiana que você é pode salvar no seu drive e ir marcando um tick do lado dos vistos. Pra te animar inclui inclusive uns que vc já viu só pra você não partir de zero. 😉
Dividi em A18/D18 anos, mas na real não precisa ver necessariamente nessa ordem.  Apenas acho que alguns da lista de D18 você pode achar bem chatos agora (como eu achei quando vi muito nova) mas enxergá-los de uma outra perspectiva com um pouco mais de vivência.

Com amor,
Mamãe




Antes dos 18:
Curtindo a vida adoidado
Indiana Jones (todos os 4. O 5º será lançado em 2021 #ficaadica)
Footloose ou FlashDance (tanto faz, mas um dos dois tem de ver!)
Um tira da pesada
Dirty Dancing
O Clube dos Cinco
Com mérito
Path Adams
Brinquedo assassino (só porque vc gosta desse lixo  terror)
Poltergeist
Misery
Carrie a estranha 
Seven
O sexto sentido
O exterminador do futuro
Matrix
Mudança de hábito
Ghost do outro lado da vida
Star Wars (a saga completa)
Alien, o 8º passageiro
E.T
História sem fim 
Viva! A vida é uma festa
A Canção do oceano  


*bônus track: "clássicos da sessão da tarde"
Qualquer um dos Jerry Lewis, sugiro "O Terror das mulheres" ou "Bancando a Ama-seca" 
Qualquer um do Elvis (ele era muito canastrão mas amava os filmes dele mesmo assim)



Depois dos 18:
Lanternas vermelhas
O incrível exército Brancaleone
Sociedade dos poetas mortos
Rain Man
Tempo de despertar
Minha vida em cor de rosa
A espera de um milagre
Peixe grande e suas histórias maravilhosas
O fabuloso destino de Amelie Poulin
Corra Lola corra
Brilho eterno de uma mente sem lembrança
Cidade de Deus
O Auto da Compadecida
Central do Brasil
Dom Juan de Marco
O cabo do medo
Última viagem a Vegas
Perfume de Mulher
Advogado do Diabo
Intocáveis (não confundir com "os intocáveis") 
Antes de partir 
Um sonho de liberdade


Dos meus diretores favoritos:
Do Akira Kurosawa
Os 7 samurais
Ran
Depois da chuva
Sonhos
Dersu Usala
7 homens e um destino
Rapsódia em agosto

Do Woody Allen
Desconstruindo Harry
A Rosa Púrpura do Cairo
Todos dizem eu te amo
Vick Cristina Barcelona
Meia-noite em Paris
Hanna e suas irmãs
Um misterioso assassinato em Manhattan
Tiros na Brodway
Dirigindo no escuro

Do Almodóvar
Tudo sobre minha mãe
Carne Trêmula
Fale com ela
Ata-me!
De salto Alto
A flor do meu segredo
Maus hábitos
Kika
Má Educação
Na cama com Madonna
Mulheres a beira de um ataque de nervos

Do Tarantino
Cães de aluguel
Pulp fiction
Os 8 odiados
Kill Bill
Sin City
Django livre
Jackie Brown





terça-feira, 26 de novembro de 2019

Caso um dia você mude de ideia

Cacete filha! Três fucking anos que eu não escrevo nada aqui! Desculpe meu “francês”, você tá cabeluda de saber que ser fina não é meu forte. Mas bora lá botar o papo em dia? Então bora.

Já te contei do MIF? Já né? Foda-se. Senta aí que vou contar de novo porque eu sou dessas. Puxei sua vó, fazer o que? Aceita que dói menos (tô até visualizando aqui aquela tua revirada dos óio kkk).

Teu vô tinha a mania chata de achar (tava certo) que a gente se isolava cada um no seu canto e que isso não era bom pra família. Isso era fácil porque a casa era beeeem grande e, bem, como você sabe, eu e teus tios tínhamos temperamentos e interesses bem diferentes. 

O Beto podia comprar uma TV pra cada um, mas ele achava (tava certo de novo) que se fizesse isso era capaz da gente nunca mais se ver, ou interagir ou ao menos tentar dividir alguma coisa. Então, durante muitos anos tivemos uma única televisão, e éramos obrigados a dividir irmãmente. Por “irmãmente” entenda-se: o primeiro que chegava e ligava a tv escolhia o que todo mundo ia ver por horas e horas a fio até alguém se encher da programação e ir reclamar com a sua vó. Daí ela ia lá e mandava quem estivesse “no mando” da TV passar a vez pra outro, normalmente o reclamão. Na real naquela época tinha sei lá, uns 6 canais de TV aberta no máximo, dos quais só a metade pegava medianamente lá em casa. Então as opções nem eram muitas, e por conta disso acabávamos vendo as mesmas coisas sem muito pandemônio além dessa treta aí.

E então chegou a época do vídeo-cassete. Quando você era pequena já estava praticamente no fim dessa era, o último VHS que tive foi o vídeo da maternidade. Depois disso já era tudo CD player.

Na esteira dos vídeos-cassetes foram criados os vídeos clubes, onde a gente alugava as fitas pra assistir no fim de semana. Pra não ter estresse seu vô alugava um filme pra cada um, mas como um único filme no fim de semana era pouco, acabávamos vendo o nosso e o dos outros. E isso explica o fato de eu ter visto tantos filmes de terror, de guerra e de tiro porrada e bomba mesmo sem gostar.  

Mas o Beto achava pouco então ele criou o MIF: “Movimento de Integração Familiar”, batizado carinhosamente por nós de “MIFU”. Observação: até tua vó fazia essa piada quando ele não estava vendo tá?

O MIF consistia em alugar uma fita escolhida por ele com o objetivo de assistirmos todos juntos e debatermos depois. A presença no MIF não era facultativa. Era obrigatória.

Era um saco. Vi filmes deprê, filmes violentíssimos, outros chatos e arrastados, e uns poucos que me lembro de ter gostado bastante. E eu tô te contando isso tudo de novo agora porque recentemente estava encafifada pensando em como fazer você se interessar pelos filmes massa que eu queria que você assistisse mas, que você não demostra nenhum interesse. 

Daí me deu um estalo que o MIF funcionou! Eu odiei, mas funcionou de verdade! Sabe dessas coisas que a gente só entende depois que cresce e fala “cara que bom que meu pai fez isso”? Não sabe não? É porque você ainda não chegou nessa fase, mas ela chega. Posso te garantir. Bem mais tarde, mas chega.

Fato é que eu sou curiosa. E, além disso, cursei comunicação. E na faculdade de comunicação a gente estuda cinema pra caramba e muitos dos meus velhos companheiros do MIF estavam lá. E eu depois que os revi percebi que muitos eram bem legais e quis rever  quase todos os outros de novo. Ok, eu continuei detestando Kubrick e sua laranja mecânica ou seu 2001 (não gosto mesmo dá licença não sou obrigada), mas fiquei fã de Akira Kurosawa, Almodóvar e Woody Allen que são diretores geniais, e foi graças ao MIF.

Muito antes de identidade de gênero ser o assunto babadeiro do momento eu já tinha visto o maravilhoso “Ma vie en rose” e debatido sobre ele com um psicanalista. Me senti privilegiada quando me dei conta disso. Me senti privilegiada por todas as referências que eu tinha gravadas no meu HD interno e que foram úteis nos meus estudos, na minha profissão, na minha vida.

Pra sua sorte, apesar de ter dado certo comigo, não sou simpatizante do método “goela abaixo” e por isso resolvi apenas deixar registrado pra você uma lista de livros e filmes que me marcaram de alguma forma em algum momento da vida e torcer pra que um dia, quem sabe, você mude de ideia.

Com amor,

 Mamãe

quinta-feira, 29 de setembro de 2016

Sobre sinceridade

Tenho reparado que nos dias de hoje existe uma imensa confusão sobre o valor da sinceridade. 

A sinceridade sempre foi valorizada como uma virtude, porém cada vez mais a sinceridade das pessoas é usada como uma desculpa para ser insensível, descortês e grosseiro. 

Não seja essa pessoa. 

Você poderia me perguntar agora "mas então não é pra eu ser sincera?"  Claro que é. Principalmente com você, com os seus sentimentos.  Ser sincero ainda é bom desde que você não seja essas outras coisas que eu disse aí em cima.

Porque antes de ser sincera, eu lhe digo sempre sobre a importância de ser empática (não confundir com simpática, que é bom também). Sabe filha, empatia não é simples. Não é fácil se colocar no lugar do outro mas sempre que a gente faz isso e consegue de verdade entender as motivações e sentimentos da outra pessoa, a gente consegue ser uma pessoa menos intolerante, mais justa e com mais compaixão.

Vivemos um tempo em que as redes sociais mudaram a forma como as pessoas se relacionam. A rede é um lugar de troca, de compartilhamento. Nela, quando você posta algo e torna esse algo público, necessariamente você está buscando algum tipo de interação. O problema é que as pessoas com suas sinceridades "doa a quem doer" perderam a noção da cordialidade, da sensibilidade. 

Eu já vi por exemplo gente postando algo sobre uma dor (uma doença, a perda de um animal de estimação ou um ente querido) e em seguida as pessoas vão lá e marcam aquele famigerado !
Filha: não se curte a dor das pessoas. Ou você comenta,dando uma força, ou finge que não viu e passa batido. Curtir é uma falta de atenção enorme com a dor alheia.

Vamos supor que sua amiga postou uma foto com um novo corte de cabelo ao qual você sinceramente não gostou. Você curte porque ela é sua amiga e não quer magoá-la? Não precisa, porque não é pra ser falsyane também!
Você dá a sua opinião sincera? Avalie: se você cortasse o cabelo e postasse uma foto, você ia gostar se sua amiga comentasse: " aiim miga sua loka! sinceramente não gostei! preferia antes!" Imagino que não né?
Então, após se colocar no lugar dela, pense se:
Sua opinião sincera trará o cabelo dela de volta? (não)
Sua opinião sincera pode deixá-la triste com você? (sim)
Então sinceramente,  guarde sua opinião pra você! 

Sua bisa Maria sempre dizia: "quando a gente não tem nada de bom pra dizer, o melhor é ficar calado!" ( e acho que alguém ainda precisa fazer um estudo  sobre o poder das  avós de falar umas verdades matadoras).


Sinceridade demais magoa.  É como eu sempre te falo: a gente pode sempre falar o que pensa. Só não pode ser na hora que quiser e do jeito que quiser. Acho até que o jeito é ainda mais importante do que a hora. 

O importante é que sinceridade só é bom se usada com o bom senso. Sem bom senso ela só serve pra chatear, magoar e ferir as outras pessoas, e espero que você não queira mesmo ser esse tipo de pessoa. 

Com amor, 

Mamãe

quinta-feira, 10 de março de 2016

Tempo, tempo, tempo, tempo...

Flor,

Olha como a vida é irônica: ando querendo escrever tanta coisa pra você, mas a correria do dia a dia me faz adiar, e adiar... E o hoje eu queria falar com você exatamente sobre isso: tempo.

Por que tempo não é essa coisa exata de 365 dias no ano, 24 horas por dia, 60 minutos em uma hora. Não. O tempo é um conceito absolutamente maleável.

Se você está entediado, uma hora é uma eternidade. Se a aula está desinteressante, nunca bate o sinal do recreio. Se você está ansioso pelas férias, novembro parece que tem 60 dias. Se você está viajando, a viagem de ida é sempre mais longa que a de volta (embora em geral as duas durem o mesmo tempo).

Já se está aproveitando, desfrutando ao máximo, aí esse danado passa voando! E assim, a gente é quase expulsa da casa de festa pelos funcionários já colocando as cadeiras pra cima, saímos da praia junto com o sol, deixamos o melhor pedaço pro final...

Um dia, a gente tem um bebezinho no colo. No outro ele já está engatinhando. Piscou ele já está andando e falando (no seu caso específico, pelos cotovelos,inclusive. Parece até que nasceu falando) e quando a gente vê já está gostando de Justin Bieber (quando foi que isso aconteceu?) e chamando as amigas de “miga sua loka” (ah! A internet...).

Quando eu era menina, o tempo era vivido e percebido completamente diferente do que é hoje. Eu fazia minhas pesquisa de escola em coleções de livros, conhecidas como “enciclopédias”(sabe o que é não? Dá uma googada aí) . Mas a gente não podia recortar então tínhamos que copiar os textos e procurar figuras para ilustrar os trabalhos nas revistas. Não tinha computador. Nem muito menos internet. Tinha vídeo game, chamava "Atari", mas só quem era muito rico tinha. Não vendia aqui, tinha que trazer dos EUA. Rs

A gente chegava da escola, almoçava estudava e depois ia brincar com os amigos. De pique, de queimado, de detetive. Se estivesse com preguiça via desenho animado. Hoje são todos considerados “politicamente incorretos” os desenhos que eu via, mas quem ligava? Eu adorava. De noite a gente falava com as amigas no telefone. Até alguém gritar pra desligar porque já estava a muito tempo no telefone e podia ter alguém querendo ligar. Era só um telefone. Pra casa inteira. Já pensou? 

De verdade o que eu acho importante dizer pra você filha, é que o tempo hoje é quase um artigo de luxo. A velocidade das tecnologias, da internet, dos celulares fez com que a gente tivesse acesso a informação, 24h por dia. Ao alcance de um toque no seu smartphone. E ninguém quer ficar sendo o último a saber da última treta da escola, do país, do mundo. Então os dedinhos ficam nervosos no tecladinho virtual do celular, no note, no tablet, o tempo todo.

E as consequências disso? Aumento dos casos de depressão, de síndrome do pânico, problemas na coluna, déficit de atenção...  Mas também não é pra jogar o celular fora, comprar um incenso e ir meditar no mato. O que sempre foi difícil, e está cada vez mais difícil hoje em dia, com tanta informação é equilíbrio.

Quase tudo no mundo tem seu lado bom e o lado ruim. Me lembro por exemplo, da primeira vez que, só de brincadeira, peguei o celular da sua vó "pra tirar uma onda" antes de sair de casa. O carro quebrou em um lugar bem deserto e por sorte eu estava com o cel. Mas fico bem brava quando saio com amigos pra almoçar e fica cada um no seu celular e ignora a presença do outro. Acho bem desrespeitoso.
Então, se tiver equilíbrio filha, tem tempo pra tudo: pra usar o youtube, e pra ouvir os passarinhos. Tempo pra usar o whatsapp e pra sentir o vento no rosto andando na praia. Tempo pro facebook, e pra encontrar e rir com os amigos, ao vivo e a cores. Tempo pra ver tv , e  também pra ver a vida em torno de você. E fazer parte dela. Presencialmente além de virtualmente. 

Tempo a gente tem. E quando não tem, mas quer, a gente inventa. O importante é ter equilíbrio. Com ele a gente tem tempo pra tudo.

Com amor,



Mamãe.


quinta-feira, 22 de outubro de 2015

5 coisas

Minha Flor,

Tem coisas que eu vivo repetindo pra você, e provavelmente você vai cansar de me ouvir falar, e quando eu repetir de novo você vai revirar os olhos, suspirar, fazer cara de cansaço e repetir junto comigo com a voz mais enfastiada possível para mostrar dessa forma bem convincente que pelo menos essa, você já decorou.

Tenho muita coisa pra te ensinar filha, e também para aprender com você não tenho a menor dúvida disso, mas se, um dia eu tivesse que resumir pra você o que eu acho que é o mais importante de tudo, eu te diria apenas 5 coisas:

1) TRATE OS OUTROS COMO GOSTARIA QUE ELES TE TRATASSEM  

E não faça com os outros, o que não gostaria que fizessem com você. Parece simples mas não é. É um exercício diário e necessário. Ter a capacidade de se colocar no lugar dos outros nos faz pessoas mais justas, mais humanas, mais próximas e, consequentemente, menos sós. Isso se chama empatia. Faz com que a gente perceba por exemplo, quando se excedeu em alguma determinada situação e consigamos entender que precisamos nos desculpar. Faz com que tenhamos compaixão, que sejamos solidários. 


2) FAÇA A SUA PARTE

O fato de você tratar as pessoas como gostaria que elas te tratassem não significa necessariamente que elas também farão o mesmo. Ainda assim, você deve fazer o que sabe ser certo, e não deixar de fazer só porque o outro não faz a parte dele. Se você for uma pessoa boa e as pessoas se aproveitarem disso você não deve deixar de ser boa. O aproveitador é o errado, não o bom. O problema está nele e não em você. Não estou dizendo com isso “seja tola, é lindo”. Claro que não. Aprenda, se proteja e se afaste de pessoas que não merecem sua consideração, mas não corrompa sua essência.


3) NÃO JULGUE OS OUTROS POR SI MESMA 

Essa é mais difícil ainda que a primeira, pois é meio que o contrário da empatia: você tem “desempatizar” (tá, eu inventei essa palavra, ela não existe de verdade). 
A gente precisa entender que o que é valor pra nós, pode não ser para as outras pessoas, e vice-versa. O que isso significa? Significa que em vários casos (mais vários mesmo, coloca vários nisso) você vai se decepcionar com as pessoas, porque vai esperar delas o que você faria, mas elas farão outra coisa e você  também vai decepcionar pessoas pelo mesmo motivo. Eu costumo a dizer que julgar os outros por si mesmo é a principal fonte de todas as decepções que temos na vida desde as mais bobas até as mais sérias. E é difícil não agir dessa forma. Tem uma frase do Caetano Veloso que gosto muito: “Cada um sabe a dor e a delícia de ser o que é”. Por isso minha filha, por mais difícil que seja (e é bastante) tente (ao menos tente) não julgar as pessoas. Você pode não entender os motivos dela,mas cada um sabe a dor e a delícia de ser o que é. 


4) VALORIZE-SE

Eu tenho uma amiga que costumava a brincar que “amor-próprio é tudo nessa vida”. Tudo não acho não, mas acho que, o princípio de tudo, com certeza. Só uma pessoa que se ama, que reconhece seu próprio valor, pode ter uma relação saudável e equilibrada com as outras pessoas. E não estou falando apenas de relacionamento a dois, de relacionamento romântico. Estou falando de todas as relações que temos na vida. Também não estou falando de esnobar ninguém, de se achar superior, estou falando apenas de saber que o mundo te devolve o que você dá pra ele. Então se o que você dá é bacana, não aceite menos de volta. Corte da sua vida as pessoas que tem relações onde respeito e/ou afeto não estejam envolvidos. Simples assim.


5) TENHA FÉ

Porque cuidar da alma é tão importante quanto cuidar da saúde. Se você vai seguir alguma religião, ou apenas confiar nas energias cósmicas do universo tanto faz. Importa que você entenda que em diversos momentos existe muita coisa que a gente não pode compreender ou até mesmo aceitar, e que é a fé que nos conforta e nos fortalece nesses momentos, portanto tenha fé. Em Deus, em Buda, Alá, Oxalá ou no seu taco, pouco importa. Nunca perca sua fé.


Isso é o que de mais importante eu tenho pra te dizer do que eu aprendi da vida até agora filha. Use sem moderação. ;) 

Com amor,

Mamãe 

O Propósito

Minha Flor,


Eu escrevo por vários motivos, o principal é gostar de escrever mesmo.  Escrevo por achar muitas vezes que organizo melhor meus pensamentos dessa forma. Escrevo também porque acho que em alguns momentos da vida você não vai me ouvir (a começar de agora, né?). Mas mesmo não me ouvindo vai que você resolve ler, né? 

Tenho esperança de sempre te alcançar de alguma forma, essa é apenas uma delas.  
Eu sempre estarei aqui pra você, mas em alguns momentos você achará que eu não te entendo, e que não adianta falar comigo. Sei como é: já fui assim.   

Na verdade achava um pé no saco essa coisa da sua vó de achar que tudo passa... Pra mim era como se ela estivesse diminuindo o que eu estava sentindo, fazendo pouco das minhas questões. Mas eu tinha a sua idade hoje, e ela a minha.  A verdade minha filha, é que quase sempre a gente sabe mesmo, ou porque conhece, ou porque já passou por isso, ou pelos dois.

Depois quando você for mais velha, você vai saber que eu te entendo, mas não vai querer muitas vezes dividir suas questões comigo só pra não me preocupar, porque afinal “minha mãe já se preocupou tanto comigo”. Também já passei por isso (sim é chato, eu sei).  Novidade pra você minha linda: dividindo ou não, eu me preocuparei sempre com você. Simplesmente porque não tem como ser diferente.

Então eu escrevo por escrever, escrevo pra me organizar, escrevo pra te fazer me ouvir, escrevo pra  você saber que de alguma forma eu estou aqui, escrevo pra que um dia (bem, bem, bem distante espero) você possa se lembrar da mãe que eu fui, escrevo porque meu amor por você é imenso e precisa caber em algum lugar além do meu peito.

Com amor,

Mamãe